O Vôo da Águia Republicana
Os críticos dos EUA devem estar desolados. Os números relativos ao
crescimento da maior economia do planeta, recentemente divulgados, mostram
uma recuperação invejável, ou seja, ao contrário de todos os prognósticos
escutados no Brasil (muitas vezes eivados de um antiamericanismo primário e
carentes de uma análise lúcida e objetiva), a administração republicana
conseguiu imprimir fôlego novo a economia.
A importância desta notícia é maior do que se pode imaginar. Até o momento,
os críticos da atual administração da Casa Branca apostavam suas fichas em
uma reedição do desgaste vivido por George H. Bush, em 1991, em razão do
fraco desempenho da economia, mesmo com uma vitória incontestável no Kuwait.
Estes alegavam que George W. Bush incorreria no mesmo erro de seu pai,
relegando pouca importância para a economia e destinando atenção especial
para as duas vitórias militares internacionais, no Afeganistão e Iraque. Os
números da última semana mostram que Bush pode ter aprendido a lição
histórica e já começou a virar o jogo.
O crescimento do PIB a uma taxa anualizada de 7,2% (analistas apostavam em
6%) no último trimestre é resultado de uma trajetória ascendente e sólida da
economia dos Estados Unidos. Vale lembrar que o fraco desempenho em 2001
ainda era resquício da era Clinton e de suas políticas econômicas
intervencionistas. Depois de um brutal corte de impostos, que devolveu
potencial de compra aos norte-americanos e corte na taxa de juros executado
pelo FED, políticas claramente de cunho liberalizante, a economia começou a
responder, apresentando números positivos já no início de 2002 e
deslocado-se de maneira sustentável em 2003. Talvez, em 2004 seja o ano da
colheita. Se isto se confirmar, a batalha dos democratas no próximo pleito
presidencial será muito mais difícil do que se imagina.
Os números, infelizmente, foram noticiados de forma tímida no Brasil, que
insiste em adotar, em vários aspectos, uma política oposta daquela
implementada em Washington. Enquanto os EUA cortam impostos, tudo indica que
a reforma tributária brasileira aumentará a carga sobre o contribuinte.
Assim, enquanto o governo Bush devolve dinheiro para os contribuintes, o
governo Lula retira cada vez mais recursos dos brasileiros por meio de
impostos. A recente decisão em relação as mudanças na Cofins demonstra
claramente que a política do governo brasileiro é tributar mais com vistas a
implementar programas sociais. O problema desta receita de crescimento é
simples: não é sustentável no logo prazo, pois gera somente uma bolha
artificial de crescimento por um tempo determinado. Empregos são mais
facilmente gerados de maneira oposta, ou seja, por corte de impostos, que
incentivam o consumo e, conseqüentemente, o incremento de postos de trabalho
sustentáveis no longo prazo, gerando forte musculatura econômica para o
País. Tudo indica, entretanto, que estamos muito contaminados pelo vírus
antiamericano para perceber o que é sucesso no resto do mundo.
Se a tendência de crescimento da economia mediante políticas liberalizantes
se confirmar, Bush estará a um passo da reeleição. É certo que além dos
aspectos econômicos, os resultados das operações antiterror e as
repercussões daquelas ocorridas no Afeganistão e no Iraque devem influenciar
o voto dos eleitores. De qualquer maneira, devemos lembrar que o presidente
é um político "bom de voto" e há um ano, em uma campanha liderada
pessoalmente por ele, o partido republicano colheu a vitória mais
significativa obtida por um presidente em meio de mandato em eleições
estaduais. Logo, Bush terá mais governadores ao seu lado desta vez, além da
maioria no Senado e na Câmara de Representantes. Isto sem contar o governo
da Califórnia, recentemente vencido pelo republicano Arnold Schwarzenegger -
estado que possui importantes 54 votos no colégio eleitoral.
Tudo indica que Bush aprendeu com a história. Se o vôo da águia seguir seu
curso, o partido republicano conquistará mais 4 anos a frente da Casa
Branca.
_________________________________
Artigo redigido em 04.11.2003
Em Brasília, DF.
crescimento da maior economia do planeta, recentemente divulgados, mostram
uma recuperação invejável, ou seja, ao contrário de todos os prognósticos
escutados no Brasil (muitas vezes eivados de um antiamericanismo primário e
carentes de uma análise lúcida e objetiva), a administração republicana
conseguiu imprimir fôlego novo a economia.
A importância desta notícia é maior do que se pode imaginar. Até o momento,
os críticos da atual administração da Casa Branca apostavam suas fichas em
uma reedição do desgaste vivido por George H. Bush, em 1991, em razão do
fraco desempenho da economia, mesmo com uma vitória incontestável no Kuwait.
Estes alegavam que George W. Bush incorreria no mesmo erro de seu pai,
relegando pouca importância para a economia e destinando atenção especial
para as duas vitórias militares internacionais, no Afeganistão e Iraque. Os
números da última semana mostram que Bush pode ter aprendido a lição
histórica e já começou a virar o jogo.
O crescimento do PIB a uma taxa anualizada de 7,2% (analistas apostavam em
6%) no último trimestre é resultado de uma trajetória ascendente e sólida da
economia dos Estados Unidos. Vale lembrar que o fraco desempenho em 2001
ainda era resquício da era Clinton e de suas políticas econômicas
intervencionistas. Depois de um brutal corte de impostos, que devolveu
potencial de compra aos norte-americanos e corte na taxa de juros executado
pelo FED, políticas claramente de cunho liberalizante, a economia começou a
responder, apresentando números positivos já no início de 2002 e
deslocado-se de maneira sustentável em 2003. Talvez, em 2004 seja o ano da
colheita. Se isto se confirmar, a batalha dos democratas no próximo pleito
presidencial será muito mais difícil do que se imagina.
Os números, infelizmente, foram noticiados de forma tímida no Brasil, que
insiste em adotar, em vários aspectos, uma política oposta daquela
implementada em Washington. Enquanto os EUA cortam impostos, tudo indica que
a reforma tributária brasileira aumentará a carga sobre o contribuinte.
Assim, enquanto o governo Bush devolve dinheiro para os contribuintes, o
governo Lula retira cada vez mais recursos dos brasileiros por meio de
impostos. A recente decisão em relação as mudanças na Cofins demonstra
claramente que a política do governo brasileiro é tributar mais com vistas a
implementar programas sociais. O problema desta receita de crescimento é
simples: não é sustentável no logo prazo, pois gera somente uma bolha
artificial de crescimento por um tempo determinado. Empregos são mais
facilmente gerados de maneira oposta, ou seja, por corte de impostos, que
incentivam o consumo e, conseqüentemente, o incremento de postos de trabalho
sustentáveis no longo prazo, gerando forte musculatura econômica para o
País. Tudo indica, entretanto, que estamos muito contaminados pelo vírus
antiamericano para perceber o que é sucesso no resto do mundo.
Se a tendência de crescimento da economia mediante políticas liberalizantes
se confirmar, Bush estará a um passo da reeleição. É certo que além dos
aspectos econômicos, os resultados das operações antiterror e as
repercussões daquelas ocorridas no Afeganistão e no Iraque devem influenciar
o voto dos eleitores. De qualquer maneira, devemos lembrar que o presidente
é um político "bom de voto" e há um ano, em uma campanha liderada
pessoalmente por ele, o partido republicano colheu a vitória mais
significativa obtida por um presidente em meio de mandato em eleições
estaduais. Logo, Bush terá mais governadores ao seu lado desta vez, além da
maioria no Senado e na Câmara de Representantes. Isto sem contar o governo
da Califórnia, recentemente vencido pelo republicano Arnold Schwarzenegger -
estado que possui importantes 54 votos no colégio eleitoral.
Tudo indica que Bush aprendeu com a história. Se o vôo da águia seguir seu
curso, o partido republicano conquistará mais 4 anos a frente da Casa
Branca.
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Artigo redigido em 04.11.2003
Em Brasília, DF.