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SUBDESENVOLVIMENTO, UMA QUESTÃO DE MENTALIDADE


Dois anos se passaram desde o brutal atentado perpetrado contra os Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, pelos fanáticos de Osama Bin Laden. A partir daí, ao contrário do que se poderia esperar, cresceu o antiamericanismo.
No Brasil, juntamente com o ódio aos Estados Unidos, recrudesceu o anti-semitismo. Esses sentimentos foram ideologizados, ressuscitando com outras roupagens e jargões a divisão que Noberto Bobbio dava como extinta num mundo onde as ideologias murcharam, especialmente depois do fim do socialismo real. Assim, pertencer agora a esquerda significa ser contra os Estados Unidos e Israel, e a essa neoesquerda uniu-se a direita ultranacionalista.
Por conta dessa mentalidade e de diversos outros fatores, elegeu-se no Brasil um presidente que se dizia e era considerado de esquerda. A novidade foi que, ao chegar ao poder, o PT procurou descolar-se de suas pregações radicais para lograr obter a credibilidade financeira internacional necessária à governabilidade e, no intuito de alcançar seu objetivo, chegou a exagerar na condução da política macroeconômica antes criticada como neoliberal, apesar de nunca ter havido liberalismo no País.
Nesse sentido foi significativo o silêncio do presidente brasileiro, que pretende liderar a América Latina e demais países subdesenvolvidos, com relação ao calote de US$ 2,9 bilhões da Argentina no FMI. Ao final, o presidente argentino considerou-se vitorioso por ter “dobrado o FMI” e foi carregado em triunfo por seu povo. Naturalmente isso não seria de forma alguma recomendável ao Brasil, mas comprova que nosso governo permanece estreitamente ligado ao Fundo e agindo de forma que jamais se esperava na chamada esquerda, em que pesem o “centralismo democrático”, o aparelhamento do Estado e o culto da personalidade exercidos pelo PT, indicarem traços da esquerda totalitária.
Todavia continua-se a culpar os Estados Unidos por nossas dificuldades. Acredita-se piamente que somos pobres porque ele são ricos. Isso nos livra de assumir nossa incapacidade de produzir adequadamente, o que em grande parte deriva da presença do avassalador, incompetente, burocratizado e corrupto Estado brasileiro, fruto de nossa “embriogenia defeituosa”.
Sinceramente não sei se é possível romper com essa mentalidade, com essa cultura geradora de uma visão vesga de mundo. Talvez, num esforço conjunto entre povo e governo, e a longo prazo, possamos enxergar o que fazemos a nós mesmos e partir de fato rumo ao desenvolvimento. Mas para isso será necessário criar alguns procedimentos semelhantes aos indicados na obra “Subdesenvolvimentos é um Estado de Espírito”, de Lawrence E. Harrison:
1 – Criação através da aplicação da lei de um ambiente em que as pessoas esperem e recebam tratamento justo. 2 – Criação de um sistema que proporcione uma firme base educacional e efetivas ferramentas vocacionais, sobretudo que estimule a criatividade. 3 – Criação de um sistema de saúde que realmente proteja as pessoas das doenças e lhes proporcione tratamento apropriado 4 – Nas universidades, criação de um espaço que encoraje talentos e interesses a serem aproveitados em empregos adequados. 5 – Na esfera pública, assim como na iniciativa privada, criação de sistema de incentivo que recompense o mérito e as realizações e desencorajem o nepotismo e o pistolão. 6 – Criação de um processo de estabilidade continuada para que seja possível planejar o futuro com confiança.

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