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Encontro debate a utilização da videoconferência pelo Judiciário dos países ibero-americanos 04/02/2004

O Poder Judiciário não faz o uso adequado da informática dentro de suas próprias fronteiras, entre suas próprias repartições, apesar de toda modernização desses recursos tecnológicos. A rede ibero-americana (Iberius) se propõe a ser um instrumento de união entre os tribunais de todos os países do Continente, para que possamos trabalhar juntos, porque trabalhando juntos seremos fortes e sendo fortes podemos fazer muito mais.

A análise foi feita pelo vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao defender o uso de teleconferência no depoimento de presos durante o processo. No caso desses interrogatórios, Vidigal afirmou que eles resultam de acordos internacionais de cooperação mútua no combate ao crime organizado. "O engraçado é que aqui no Brasil tem muita gente reagindo porque alguns juízes querem que o interrogatório de presos seja feito na sua presença, com o detento sendo levado de carro, em meio ao trânsito congestionado, sem tanta segurança e sujeito a ser arrebatado por um dos grupos criminosos a favor ou contra ele. Isso sem falar no dinheiro que se gasta, no tempo que se perde ou na morosidade do processo", analisou.

O ministro frisou, ainda, que "isso tudo poderia ser feito através de videoconferência, com o juiz no foro e o preso na penitenciária". Vidigal não admite o argumento de que, com a videoconferência, o preso possa estar respondendo sob coação. "Há sempre alguém operando a câmera e o depoimento pode ser acompanhado por um defensor público lotado no presídio. O que se quer é não mudar o Poder Judiciário, que tudo continue como está, essa mesma malemolência, esse mesmo retardo, esse atraso mental, esse país na miséria, com suas instituições enfraquecidas. E quando se enfraquece uma instituição democrática, o que se quer é tirar proveito, ganhar dinheiro de forma escusa", finalizou. (em notícias do site do STJ de 04.02.04)